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  • É POSSÍVEL CRUZAR O SINAL VERMELHO DE MADRUGADA?

    Antes de vir trabalhar na Educação, trabalhei durante 5 (longos…) anos no plantão noturno da fiscalização, das 0:00 às 6:00 da manhã. Por isso, por diversas vezes foi questionado durante algumas palestras: “Rodrigo, e durante a madrugada é possível cruzar o sinal vermelho?” O artigo 208 do CTB (Código Brasileiro de Trânsito) é bastante claro quanto a isso: Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória constitui uma infração gravíssima e prevê como penalidade multa. Independentemente do horário, das condições do tempo, do clima ou da estação do ano… Obviamente que, em se tratando principalmente de grandes centros urbanos, a questão da segurança pública deve ser levada em consideração. O código de trânsito já foi criado para zelar pela segurança dos usuários da via. Logo, seria um contrassenso criar leis que pusessem os condutores em risco. Pensando nisso, há um consenso entre a fiscalização daqui de Porto Alegre sobre não aplicar o artigo 208 entre os períodos das 22:00 e 6:00 àqueles condutores que realizarem o cruzamento do sinal vermelho, desde que o façam com SEGURANÇA. Isto é, ao se aproximarem do cruzamento, reduzam a velocidade, olhem para os dois lados e atravessem com tranquilidade. E quando eu digo reduzir não quero dizer de 60 para 50 km/h… Isso se chama roleta russa! Mas também convenhamos… A probabilidade de você ser assaltado em um sinal vermelho no qual esteja uma viatura da fiscalização próxima durante a madrugada é praticamente nula! Primeiramente, porque nenhum assaltante seria tão descuidado a esse ponto… E em segundo lugar, por razões que eu já expus nesse outro artigo , se já é difícil encontrar uma viatura da fiscalização durante o dia, durante a madrugada é quase tão fácil quanto encontrar um unicórnio! Confesso que não tenho aqui os números da segurança pública relativos aos roubos e furtos de veículos no município. Mas, após a implantação do cercamento eletrônico acredito que esses índices tenham caído sensivelmente. Mas nesse momento, para nós, isso pouco importa. O que nos importa aqui são os índices de acidentalidade, dos quais, em verdade, também não tenho números oficias, mas apenas os empíricos. Desses anos todos que trabalhei de madrugada, me arrisco a afirmar que de cada 10 acidentes que ocorrem na cidade nessa faixa de horário, uns 8 aproximadamente são em cruzamentos semaforizados. Portanto, voltando à pergunta inicial, quando alguém me questiona se de madrugada é obrigatório parar no sinal vermelho, eu repondo sem pestanejar: “Meu amigo, para a sua segurança, se eu fosse você pararia até no sinal verde!”

  • IPI VERDE: QUANDO "SUSTENTÁVEL" AINDA RIMA COM CONTRADITÓRIO

    Recentemente, tive o prazer de me conectar via LinkedIn à arquiteta e urbanista Danaê Fernandes, autora da excelente newsletter Giro da Mobilidade Urbana . Na edição publicada no último dia 14, Danaê traz uma reflexão oportuna e instigante sobre o Decreto nº 12.549/2025 , assinado em 10 de julho pelo presidente Lula, que institui o chamado IPI Verde  — um pacote de incentivos à indústria automobilística focado em veículos “sustentáveis” (elétricos, híbridos e movidos a biocombustível). À primeira vista, a proposta parece caminhar lado a lado com as pautas ambientais, mas Danaê nos convida a uma pausa crítica: ❗ Num momento de intensas preocupações orçamentárias, fica a pergunta: o que exatamente o governo entende por “sustentável”? Mais do que isso, ela nos provoca a pensar se o estímulo à produção e ao consumo de mais carros , mesmo que “verdes”, é realmente o melhor caminho para cidades já marcadas por congestionamentos crônicos, desigualdades no acesso e um transporte coletivo que clama por investimentos. Ao ler esse trecho, me veio à memória uma campanha veiculada nas redes sociais alguns anos atrás. Com uma criatividade cortante, a chamada Bike Clandestina  era uma bicicleta feita de madeira que, quando desmontada, transformava-se em uma poltrona e uma mesa . A ideia por trás? Driblar a altíssima carga tributária sobre bicicletas no Brasil, enquadrando-a como “móvel” — categoria com alíquotas muito menores. A ação não apenas viralizou, mas também escancarou a incoerência fiscal de um país que tributa pesadamente um meio de transporte limpo, acessível e democrático, ao passo que, em nome da sustentabilidade, segue apostando na motorização individual. Enquanto o Estado oferece benefícios à indústria automotiva sob a bandeira verde, o acesso à bicicleta — ferramenta de transformação urbana por excelência — continua enfrentando barreiras econômicas e estruturais. O que está em jogo, portanto, não é apenas qual combustível move os veículos do futuro. Mas que modelo de cidade queremos construir : uma onde todos tenham acesso à mobilidade — ou apenas uma mobilidade revestida de verniz sustentável, mas ainda excludente.

  • "LEVANTE-TE E ANDA!" – HISTÓRIAS E DESAFIOS DOS SOCORRISTAS NAS RUAS

    Existem, sem dúvidas, profissionais e profissionais em todas as áreas. Dia desses, em função do Dia Nacional do Socorrista , celebrado no dia 11 de Julho, conversava com alguns colegas sobre as "bizarrices" que já presenciamos nas ruas. Um deles lembrou de um socorrista famoso do SAMU, apelidado pelos agentes de "Jesus Cristo", por seu padrão de atendimento nos sinistros de trânsito: "levante-te e anda!". Apesar do tom bem-humorado, todos sabíamos que, por trás das histórias curiosas, há um cotidiano pesado, desgastante e, por vezes, traumático. Mas de todas as histórias compartilhadas, uma em especial me comoveu — a de um motorista de aplicativo que me conduziu após uma palestra em uma empresa. Durante o trajeto, falávamos sobre as dificuldades crescentes de se trabalhar no trânsito. Ele mencionou ter vindo de Cruz Alta, e que o motivo da mudança foi a transferência da esposa, socorrista do SAMU, para a região metropolitana de Porto Alegre. Contou que ambos se conheceram trabalhando na mesma base, mas que ele deixou a profissão após 15 anos de serviço. Perguntei o porquê, e ele relatou um episódio que marcou sua vida: ao atender uma ocorrência de violência infantil, encontrou uma cena perturbadora e, ao ouvir uma frase absurda e ofensiva do suposto agressor, simplesmente não conseguiu se conter. Partiu para cima do homem e só foi contido com a chegada da polícia. O desfecho: exonerado. Histórias como essa revelam o quanto a profissão de socorrista exige preparo técnico, sim, mas também equilíbrio emocional, capacidade de tomada de decisão sob pressão e, sobretudo, um suporte contínuo. É uma função de altíssima responsabilidade, cercada por situações-limite que testam diariamente a saúde física e mental de quem escolhe esse caminho. Por isso, manter-se atualizado e bem preparado é mais que um diferencial — é uma necessidade. A formação adequada, o conhecimento das normas, dos protocolos e o desenvolvimento de competências emocionais são fundamentais para atuar com excelência e segurança. Se você é ou deseja se tornar um condutor de veículos de emergência, convido você a conhecer o curso de Formação e Atualização para Condutores de Veículos de Emergência  disponível em meu site. O conteúdo foi pensado justamente para oferecer uma preparação sólida, com base na realidade do trânsito brasileiro e nas exigências da legislação vigente.

  • RECEITA DEFINITIVA PARA EMAGRECER: COMPRE UM CARRO!

    Já há algum tempo que tenho me aventurado na área do marketing digital. Por não ser um expert no assunto, sigo constantemente buscando novos conhecimentos para poder ampliar minhas possibilidades de negócio. Talvez não seja o melhor nem mais rentável nicho, mas percebi desde então uma quantidade imensa de infoprodutos na área do emagrecimento. Até então nenhuma surpresa. Afinal de contas, as pessoas estão cada vez mais preocupadas com questões como saúde e qualidade de vida. O que me surpreende é que, dentre as mais diversas e milagrosas receitas comercializadas até hoje, prometendo seja um corpo escultural, seja perda de peso quase instantânea, não figure a compra de um carro! Isso me surpreende… Para além das já exaustivas discussões sobre o sedentarismo estimulado pelo automóvel, há uma aspecto que passa quase sempre batido para quem pensa em adquirir um carro: os custos para mantê-lo. Recentemente, estive visitando a concessionária para uma das habituais revisões periódicas. O resultado ao sair da loja transita entre o alívio da preocupação de algum imprevisto mecânico; e a preocupação com as próximas faturas do cartão de crédito, nas quais será cobrada aquela revisão. Isso se tratando de um 0km. Quando falamos de um carro usado a situação talvez venha a piorar. Abordei recentemente meu drama para sustentar minha “segunda família” no artigo O RITO DE PASSAGEM (de ônibus!) . No entanto, independente de ser novo ou usado, há gastos que são inerentes ao veículo, tais como a prestação (caso seja financiado), combustível, IPVA, seguro obrigatório, seguro contra terceiros, estacionamento, manutenção… todos gastos que farão diferença no seu orçamento. Se você alguma vez já ouviu a expressão “o carro come na mesa junto com você”, pode imaginar o que isso significa. Assim como expressei no artigo LABORATÓRIO SUBJETIVO , como é de praxe em uma sociedade que vive de aparências, há quem gaste o que tem e o que não tem para adquirir seu carro novo, posteriormente tendo que se submeter a economias extremas, tais como ir trabalhar de ônibus ou, exatamente, ficar sem comer. Se esse é o seu caso, uma boa dieta!

  • POR QUE CURSOS ESPECIALIZADOS SÃO FUNDAMENTAIS PARA MOTORISTAS PROFISSIONAIS?

    No trânsito, a direção vai muito além de simplesmente conduzir um veículo. Quando falamos de motoristas profissionais — aqueles que transportam vidas, cargas perigosas, crianças ou grandes volumes — a responsabilidade se multiplica. E com ela, cresce também a necessidade de preparo técnico e psicológico. É aí que entram os cursos especializados de trânsito , exigência legal para determinadas categorias e uma ferramenta indispensável para quem busca exercer sua função com segurança, ética e excelência. O que são os Cursos Especializados? Regulamentados pela Resolução nº 789/2020 do Contran , os cursos especializados têm como objetivo preparar condutores para atividades que exigem atenção redobrada, conhecimento técnico específico e, muitas vezes, habilidades comportamentais refinadas. Entre os principais, estão: Curso para Transporte Coletivo de Passageiros Curso para Transporte Escolar Curso para Condutores de Veículos de Emergência Curso para Transporte de Produtos Perigosos (MOPP) Curso para Transporte de Cargas Indivisíveis Cada um deles é uma resposta a riscos reais e cotidianos, presentes nas estradas, nas cidades e nas vidas que transitam por elas. Mais que exigência: uma escolha profissional inteligente Embora alguns motoristas procurem esses cursos apenas para cumprir exigências legais, muitos já entenderam que se trata de um investimento profissional . Os cursos especializados: Aumentam a empregabilidade , abrindo portas em empresas públicas e privadas; Contribuem para a segurança no trânsito , com condutores mais conscientes e preparados; Reduzem riscos de acidentes , infrações e penalidades; Humanizam a direção , especialmente em contextos sensíveis como o transporte de crianças ou pacientes. Formação técnica com visão humana No meu site , ofereço cursos especializados com um diferencial: além dos conteúdos técnicos exigidos pelas normas, trazemos uma abordagem humanizada , que convida o condutor a refletir sobre seu papel social e emocional no trânsito. Acreditamos que formar motoristas profissionais é, acima de tudo, formar cidadãos conscientes de que cada escolha no volante pode salvar — ou custar — vidas. Está na hora de dar o próximo passo Se você já atua no transporte ou deseja se qualificar para novas oportunidades, faça essa escolha com responsabilidade e propósito. Os cursos estão disponíveis online, com certificado reconhecido em todo o território nacional. 🚦 Conheça os cursos e inscreva-se agora:

  • TRANSPORTE PÚBLICO POR DEMANDA: RACIONALIZAÇÃO OU PRECARIZAÇÃO?

    Vivemos em um mundo onde tanto sociedade quanto a economia é, a cada dia que passa, mais colaborativa, não havendo mais espaço para o desperdício de recursos. Não é (eco)lógico você manter, por exemplo, uma piscina o ano inteiro, caso você for usá-la durante apenas três ou quatro meses do ano. Sendo assim, é muito mais viável economicamente você pagar um clube durante o verão. Assim como uma casa de praia. Hoje, já existem opções de “propriedades fracionadas” por valores bem menores. Por que será que no trânsito seria diferente? Essa ideia já expus anteriormente em NO TRÂNSITO, COMPARTILHAR É A SOLUÇÃO . Seguido essa mesma lógica, temos o transporte por demanda que, embora pareça uma ideia extremamente nova, teve início ainda na década de 80 no Japão. No entanto, foi a partir do ano de 2010, através do lançamento do aplicativo da Uber, que esse tipo de transporte se popularizou ou redor do mundo. Sem entrar na questão da eficiência dessa modalidade de transporte, que vem diariamente “tirando” passageiros do transporte público, seja de ônibus, seja metrôs, mas que também tem feito uma parcela interessante de condutores abandonarem seus veículos particulares. Essa é uma solução que está longe de ser a ideal, pois leva cada vez mais carros para as ruas, esvazia e encarece o transporte público, formando assim um circulo vicioso de problemas. Mas o que é inegável é que essa nova tecnologia expôs antigos problemas de transporte e de mobilidade dos grandes centros urbanos, possibilitando que se reflita e se repense questões antes ignoradas. É essa a importância de toda a crise: trazer reflexão, desassossego e fazer com que nos reinventemos. Bem, se a ordem do momento é o uso consciente e eficiente dos recursos com cada vez menos desperdício, se o transporte público tem problemas, mas o transporte por aplicativos também não representam uma solução definitiva, não lhe parece óbvia a solução? Um sistema intermediário entre o transporte público e os carros de aplicativo! Porto Alegre já teve uma tentativa de implementação de um sistema de baldeação em meados dos anos 80. Essa experiência sem sucesso, em função de diversas dificuldades técnicas da época, fez criar-se entre a população local um estigma de que baldeação é algo ruim. No entanto, a atual lógica em que o transporte público da cidade está organizado não faz sentido algum. E é interessante observar que esse estigma cultural se perpetua é e defendido por pessoas que sequer utilizaram o transporte público nessa época. Lembro claramente de, há uns cinco ou seis anos, estar as 18 horas buscando de carro minha esposa, que nasceu já no final da década de 80, no seu trabalho no centro da cidade. Ao pararmos em um semáforo no sentido do centro para o bairro, olhei para o corredor exclusivo para ônibus no sentido contrário, no qual aumentava cada vez mais uma lenta fileira à perder de vista de ônibus, cada um com não mais que meia dúzia de passageiros em seu interior. Comentei com ela então o tempo perdido por todos aqueles ônibus em função daquela fila enorme e o quanto aquela operação seria mais rápida se todas aquelas pessoas estivessem agrupadas em apenas um ou talvez dois ônibus, já que todos vão para o mesmo destino, ou seja, o centro da cidade. Ela questionou como isso seria possível. Comentei então sobre um antigo projeto da prefeitura chamado de Portais da Cidade. Esse projeto previa, basicamente, alguns terminais espalhados pela cidade, nos quais chegariam as linhas tanto dos bairros mais afastados quanto das cidade vizinhas, onde seriam construídos centros comerciais e dos quais sairiam linhas específicas que iriam direto para o centro em um sistema mais eficiente de baldeação. Pronto. Foi só dizer essa palavra que a conversa já descambou para a discussão, como se eu houvesse de alguma forma a insultado. Com o rosto enrubescido, ela exclamou “Ah, mas aí eu vou ter que descer do meu ônibus e pegar outro?! E se eu estiver sentada e o outro ônibus estiver cheio, vou ter que ir de pé?!” Eu respondi com outra pergunta (como sempre): Se você estivesse dentro de um desses ônibus ali do outro lado da rua, iria preferir ficar sentada durante meia hora para vencer um percurso de 2 ou 3km ou ficar de pé durante 2 minutos para percorrer o mesmo trajeto? Obviamente ela não deu o braço a torcer, mas notei no seu semblante um ar pensativo no restante da viagem. Por questões políticas, tal projeto não veio a se concretizar. Algum tempo depois, passou a se falar muito na implantação do BRT (do inglês Bus Rapid Transit, ou Ônibus de Trânsito Rápido). Esse sistema nada mais é que um misto, que utiliza a eficiência e rapidez do metrô e o baixo custo de implementação do ônibus. No entanto, novamente por questões políticas, o projeto não teve continuidade. Ultimamente tem se falado muito na implantação de linhas troncais, as quais circulariam em grandes eixos da cidade levando direto ao centro. Essas linhas seriam alimentadas por linhas locais, que circulariam apenas dentro dos bairros até esses grandes eixos troncais e não mais até o centro. Perceba que, novamente, faria-se uso da baldeação. Grande parte da ineficiência do transporte público atual diz respeito ao descumprimento de tabelas horárias. Mas a partir de que demanda essas tabelas horárias são construídas? A última pesquisa EDOM (Pesquisa Origem e Destino) em Porto Alegre foi realizada em 2003! Sabe-se ainda que que o combustível gasto tem um grande impacto sobre o cálculo do valor final da passagem e que se esse valor torna-se alto de mais, o passageiro, obviamente, tende a buscar meios mais econômicos de deslocamento. A partir dessa lógica que uma empresa de Nova York tem oferecido seus serviços para mais de 70 prefeituras ao redor do mundo, incluindo a de Goiânia recentemente. a ideia é, em parceria com as prefeituras, oferecer um serviço complementar ao ônibus, porém por demanda. Ou seja, através de um aplicativo muito semelhante ao já conhecido Uber, o usuário programa a sua viagem, número de passageiros e destino. O sistema é bastante flexível, tendo diferentes modalidades do funcionamento, podendo ele ter: ROTA FIXA Parecido com o ônibus tradicional, com pontos de embarque e desembarque. Mas o usuário reserva o assento no aplicativo, e o veículo só para em pontos selecionados. É usado em Dubai e em São Bernardo do Campo. FLEXIBILIDADE TOTAL O usuário escolhe origem e destino, e o aplicativo encontra o ônibus mais próximo e a melhor rota. Não são trajetos porta-a-porta, mas sim esquina-a-esquina. É usado em Berlim, em Chicago e em Nova York. SEMI-FLEX A partir de um percurso preestabelecido, o ônibus aceita viagens de passageiros próximos. Os pontos de encontro, distantes até 400 metros do usuário, são indicados no aplicativo. Está sendo implantado em Goiânia. SISTEMA MISTO No rush matinal, os pontos de origem variam, mas o desembarque é num terminal fixo. No fim da tarde, o esquema se inverte. Fora dos horários de pico, os ônibus operam sem pontos fixos. É usado na Grande Paris. Na atual gestão do transporte já não há mais espaço para brigas de beleza entre os setores público e privado. Essa luta desnecessária só tem um perdedor: o passageiro.

  • VIVENDO EM NEGAÇÃO

    A mente humana é um maravilhoso labirinto que desafia toda e qualquer lógica. Embora seja um conceito abstrato, diversos pensadores filósofos e cientistas buscaram formular estruturas teóricas no intuito de torná-la mais compreensível. Dentre elas, talvez a principal seja a teoria psicanalítica, que teve Freud como um dos mais conhecidos estudiosos. Dentre as diversas teorias psicanalíticas formuladas por ele, gostaria de me ater aos mecanismos de defesa do ego, que são estruturas psíquicas criadas a nível inconsciente ou subconsciente, que tem por finalidade proteger a integridade do ego diante de situações ameaçadoras. São vários os tipos e funções dos mecanismos de defesa, entretanto, como o próprio título faz crer, irei dedicar algumas linhas sobre um em específico. A negação é um mecanismo de defesa através do qual o indivíduo, de forma inconsciente ou subconsciente, não se permite tomar conhecimento de algum desejo, fantasia, pensamento ou sentimento pela incapacidade psíquica de suportá-lo. Ou seja, a realidade é fonte de tamanha ansiedade e sofrimento psicológico que a pessoa prefere negá-la que aceitá-la. Ainda que esse conceito possa trazer consigo uma conotação negativa, até certo ponto esse mecanismo de defesa pode ser saudável. Costumo usar como exemplo a consciência da iminência da morte. Se a cada amanhecer, enquanto estivéssemos nos espreguiçando, tomássemos consciência da infinidade de maneiras diferentes que temos de perder a vida durante um dia normal e corriqueiro de nossas vidas, sequer sairíamos da cama. Obviamente que isso não nos imbui instantaneamente do “mito da imortalidade”, mas dá a mente condições para que elabore seus temores e se adapte. No entanto, não é o que parece estar acontecendo com uma significativa parcela da população. Parcela essa que parece viver em total e completa negação. Isso fica ainda mais evidente nos atuais tempos de pandemia pelo qual estamos passando. Embora ainda no meio do inverno, basta que um final de semana de sol e temperatura amena se apresente para lotarem as praças e parques da cidade, onde muitos, inclusive, sequer estão de máscaras, sem ao menos considerarem o risco de contaminação e os avisos de lotação acima dos 90% das UTIs do município. Mas esse tipo de comportamento negacionista, infelizmente, não é novidade na nossa sociedade. Quem trabalha especificamente com o trânsito já conhece de longa data o famoso “não dá nada” que se instalou no comportamento do condutor brasileiro. São simplesmente reflexos de uma sociedade que encontra cada vez mais dificuldades em determinar o que é ou não real, que padece de sintomas como delírios (convicção em falsas crenças) e alucinações (ver ou ouvir coisas que outras pessoas não veem ou ouvem) e idolatra discursos incoerentes e comportamentos inapropriados. Coincidência ou não, eu acabo de descrever alguns dos principais sintomas de um dos mais graves distúrbios da mente: a psicose. Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • A RECEITA PARA O PÃO DE FORMA (E O TRÂNSITO) SEM ÁLCOOL

    Estudo realizado recentemente pela Proteste constatou níveis elevados de álcool em diversas marcas de pão de forma disponíveis no mercado, podendo ser, inclusive, detectados pelo bafômetro. Após mais de 15 anos do advento da lei seca no trânsito do país, a notícia causou grande alvoroço nas redes sociais e nos grupos de especialistas de trânsito. Não pretendo aqui me aprofundar no tema, uma vez que uma infinidade de conteúdos já foram criados trazendo explicações ótimas das implicações do estudo para o tema, dois dos quais indico ao final desse texto. São eles um vídeo do canal Manual do Trânsito, do grande amigo Professor Carlão e um episódio do Podcast do Mestre Julyver Modesto . Ocorre é que, diante do circo que se formou em torno do assunto, digno de dividir palco com outros espetáculos como o show de horrores do aumento da pontuação da CNH, o desaparecimento do extintor mágico, os malabaristas do kit de primeiro socorros, os palhaços (das placas) do Mercosul e os antigos e já conhecidos truques do enxaguante bucal e do bombom de licor, é impossível não fazer analogia à política do pão e circo . Essa expressão refere-se a uma prática dos governos romanos durante a fase imperial. Esta política consistia na distribuição gratuita de pão e trigo à população e na realização de espetáculos públicos, como lutas de gladiadores e corridas de bigas no Coliseu e no Circo Máximo. O objetivo era apaziguar a população, principalmente a plebe, e evitar revoltas populares. A expressão "pão e circo" foi usada pela primeira vez pelo poeta satírico Juvenal, nas suas Sátiras, durante a administração de Caio Graco. Juvenal criticava aqueles que se contentavam com comida e diversão grátis, sem questionar o desempenho dos governantes.  Felizmente, essa forma de política ficou no passado, já que atualmente, em certos locais do país, o quilo do pão francês, que é item importante na dieta da população, pode custar até R$27. Praticamente o mesmo preço de uma mensalidade do Premier, que custa aos seus assinantes R$29,90 por mês. A pesar disso, ainda somos agraciados gratuita e diuturnamente com shows do globo da morte do álcool. O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) divulgou, no ano passado, um dossiê sobre os acidentes provocados pelo uso de álcool no país , a partir de dados coletados do Ministério da Saúde. O documento revela que mais de 10 mil pessoas perderam a vida em decorrência da mistura de álcool com direção em 2021, resultando em uma média de 1,2 óbito por hora. Mas se você, assim como eu, é usuário tanto do trânsito brasileiro quanto do pão de forma, não se preocupe com esses dados... aqui vai uma receita que pode ajudá-lo a não ser surpreendido ao ser abordado em um blitz: Em um país de dimensões continentais, aplique uma fiscalização de trânsito bem equipada, instruída e valorizada; Reserve recursos suficiente para educação e USE-OS; Reveja as metodologias para formação de condutores; Invista em tecnologia, em pesquisa e em políticas públicas; Adicione campanhas publicitárias a gosto; Misture tudo e deixe descansar por alguns anos; Após fermentar, sirva a toda a população. Não sei ao certo se essa receita vai resultar em um produto alcoólico ou não. Mas sem dúvidas preservará algumas vidas no trânsito. Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • O RITO DE PASSAGEM (de ônibus!)

    Queiroz (2006) [ ¹ ] explora muito bem em seu ensaio as simbologias que envolvem o automóvel no universo publicitário e nas relações sociais. Uma delas se refere à ideia do carro como representação de uma espécie de rito de passagem para a maioridade. É bem comum, em famílias mais abastadas, os pais presentearem seus filhos com carros assim que esses ingressam na faculdade ou atingem a maioridade. Segundo ele, a própria carteira de motorista habilita o jovem a uma nova condição de ampliada liberdade. No entanto, como na grande parcela da população brasileira, o automóvel não assumiu tais significados na minha família. Só consegui tirar minha carteira de habilitação aos 20 anos, após muito trabalhar para juntar a quantia que, na época, representava diversos meses de trabalho. Ainda assim o carro teria que esperar mais alguns anos. Meu primeiro veículo foi uma motocicleta Honda CG Tittan, 150 cilindradas, ou como alguns adeptos aficionados do mundo motociclístico, devido à sua baixa potência, costumam afirmar: “Tittan não é moto!”. Mas, preconceitos à parte, aquela motocicleta durante quatro longos anos me serviu bastante bem. No entanto, com o casamento, a família cresceu. E, principalmente, devido a algumas traumáticas experiências em acidentes de trânsito vivenciadas com a minha entrada na fiscalização de trânsito, a compra de um automóvel tornou-se não só uma opção, mas uma necessidade. A motocicleta, embora rápida e econômica, em função da violência atual no trânsito, submete o motociclista a um grande risco em tempo integral. Um risco que, durante a vida de solteiro, não me preocupava. Entretanto, agora, com as responsabilidades de mantenedor de um lar, não podia me submeter. Foi então que, depois de muito tempo procurar, encontrei um modelo perfeito. Perfeito diante das minhas condições financeiras, obviamente. Um carro 0 km na época seria inviável. Não tinha grandes reservas para uma entrada que me possibilitasse uma prestação condizente com a minha realidade. Tratava-se de um Ford Fiesta, do ano de 2000, que, em meados de 2010, me custou aproximadamente 13 mil reais. Contudo, a inexperiência e falta de conhecimento em mecânica me trouxeram algumas dores de cabeça desde então. Aborrecimentos habituais de se comprar um carro do qual o passado se desconhece. Refiro-me a algo que os bem-aventurados proprietários de carros novos desconhecem, ou somente ouvem falar: manutenção. Não que seja anormal para um carro com mais de dez anos de uso, mas alguns contratempos, com pouco mais de experiência, poderiam ser evitados. Não pretendo me prolongar muito nesse quesito, então, para resumir a conversa, somando o valor do veículo, acrescido dos juros referentes ao financiamento e dos valores gastos em manutenção eu teria, tranquilamente, uma quantia mais que suficiente para comprar qualquer 0 km de modelo popular naquela época. Com isso, criou-se, entre meu carro e eu, uma relação ambígua de amor e ódio. Relação regada a momentos de calmaria, onde tudo parecia funcionar perfeitamente, e outros de tormenta, onde os anos de uso pareciam corroer cada peça implacavelmente. Por isso constantemente me fazia alguns questionamentos, como “por que eu ainda continuo com esse carro?”, “por que ainda não troquei por um carro novo?” e até “será que eu preciso mesmo de um carro?”. O fato é que, pra mim, foi muito custoso adquirir aquele veículo. Talvez por isso parecesse uma tarefa tão difícil me desfazer dele. Criei uma espécie de apego por ele. Parece que todas as vezes que punha um anúncio de venda criava, ao mesmo tempo, um empecilho para não vendê-lo. Essa relação era tão forte que, em determinadas ocasiões, até minha própria esposa parecia sentir-se enciumada. Por diversas vezes tive que ouvir suas reclamações acerca dos meus gastos com o veículo. Em certa feita, por não acreditar que meus gastos com o carro fossem tão grandes, ela até mesmo chegou a cogitar e mencionar que eu teria outra família. Recorri então mais uma vez ao bom humor, dizendo que tinha sim outra família que dependia do meu salário. Claro que, antes mesmo que ela pudesse me alcançar ou mesmo lançar o primeiro objeto que tivesse ao seu alcance (de preferência pontiagudo), esclareci: “sustento também a família do mecânico!”. Enfim, olhando para trás, vejo que de certa forma a aquisição do meu primeiro automóvel representou também um rito de passagem. Não para a maioridade, ou para o lugar de pai de família, ou de passagem a qualquer outra condição que já não ocupasse anteriormente. Refiro-me a condição de passageiro, já que, em função das constantes manutenções, meu carro passava mais tempo com a minha outra família que comigo! Mas tenho a consciência tranquila por sentir que, apesar de tudo, fui um bom dono. Quando no trabalho ou na vizinhança alguém sentia falta e perguntava pelo meu carro, não hesitava em responder: “está no spa, novamente…” [1] QUEIROZ, Renato da Silva. Os automóveis e seus donos. Imaginário – USP, 2006, vol. 12, no 13, 113-122.

  • POR QUE CONTROLAMOS ARMAS, MAS IGNORAMOS VEÍCULOS?

    Recentemente, compartilhei uma notícia que trazia um levantamento do Senatran apontando que a maioria dos proprietários de moto não possui habilitação para dirigir o veículo. Essa notícia me fez refletir sobre algo que pode parecer óbvio, mas para mim (e pelo visto para diversas pessoas que participaram da enquete que promovi no meu Canal no WhatsApp ) não é tão óbvio assim: Veículos matam muito mais que arma de fogo atualmente no mundo. Por que quem compra um carro no Brasil não precisa ser habilitado, mas quem quer adquirir uma arma precisa de autorização? Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) , aproximadamente 1,19 milhão de pessoas morrem anualmente  em sinistros de trânsito no mundo, sendo uma média de mais de 3.200 mortes por dia . De acordo com o Small Arms Survey , em 2020 houve em torno de 211 mil mortes violentas por armas de fogo. Ou seja, globalmente, cerca de 5 a 6 vezes mais pessoas morrem no trânsito  do que por armas de fogo por ano. Para o especialista Marco Vieira: A diferença está no nível de risco e controle exigido pelo Estado. A arma de fogo, por sua letalidade imediata, exige requisitos prévios até mesmo para a propriedade. Já o veículo, por mais que envolva responsabilidades no uso, pode ser adquirido livremente, mesmo por quem não está habilitado a dirigi-lo. Veículo é um bem de uso comum, amplamente utilizado na vida civil, econômica e social. O seu uso é regulamentado, mas a sua posse e propriedade são livres, dentro da legalidade. Arma de fogo é um bem de uso controlado, com potencial letal imediato e, portanto, regulado com restrições muito mais severas. Sem contar que veículos são meios de transporte, com finalidade pública, social e econômica. Embora ofereçam riscos, esses são administráveis e coletivamente aceitos. Armas de fogo são instrumentos potencialmente letais, cuja finalidade primária envolve o uso da força. Por isso, sua aquisição, posse e uso são tratados com o máximo rigor pelo Estado. Em suma, não tem equiparação de um bem com o outro. Já para o presidente do Instituto Zero Morte , Paulo César Pêgas Ferreira: Segundo o Mapa da Violência Urbana, Sinistros de Trânsito já matam mais que armas de fogo. Portanto é lógico que sejam tratados como armas. É oportuno ressaltar que os óbitos causados por possuidores de porte de arma é significativamente inferior às mortes causadas por portadores de habilitação. Apesar disso legalmente não se pode comprar armas sem o porte, logo não deve ser possível comprar veículos sem habilitação. Como conduzir uma arma sem saber operá-la e desconhecendo o Código de Trânsito? Para além da antiga e já batida máxima de que o carro é como uma arma, esse texto não tem a pretensão de ditar o que é certo ou errado, legal ou ilegal, mas trazer tão somente uma reflexão: Se o Estado exige tanto controle para a posse de uma arma, por que não exige o mesmo rigor no controle da posse e uso de um veículo, que mata mais e fere milhares diariamente ? Essa pergunta não é sobre armar mais gente, mas sobre tratar o trânsito com a seriedade que ele merece . Afinal, o volante pode ser tão letal quanto o gatilho.

  • SERÁ PRECISO PARAR PARA PENSAR?

    No livro “ Não nascemos prontos “, do professor, escritor e filósofo Mario Sergio Cortella, há um capítulo que traz em seu título uma expressão que sempre me inquietou: Se você parar para pensar… Nesse texto, Cortella fala sobre o caráter de eventualidade que a correria do dia a dia dá àquela que deve ser considerada a marca registrada dos seres humanos: a capacidade de reflexão e consciência. Aristóteles já afirmava ser “o homem o único animal que possui razão”, a qual serviria para “indicar o útil e o pernicioso, portanto também o justo e o injusto”. Essa concepção destaca o homem entre os animais pelo seu intelecto, pela sua capacidade de pensar e falar, ou seja, por ser um animal simbólico. Visto isso, me incomoda a ideia de que haja a necessidade de parar para pensar sobre algo, sobretudo no contexto do trânsito. Veja que, diferentemente do substantivo “trânsito”, que traz consigo uma conotação mais ampla acerca das trajetórias humanas, o verbo “transitar” parece estar invariavelmente associado ao deslocamento físico, não só de veículos automotores, mas de pessoas e produtos. Levando em consideração que quando estamos transitando estamos em constante deslocamento, seria correto afirmar que durante tais deslocamentos nos privamos dessa capacidade intelectual, pela qual fomos definidos pelos maiores nomes da filosofia? Afinal, quem nunca se rendeu aos automatismos da vida moderna e se pegou tentando lembrar por qual caminho chegara em casa? Eu mesmo, certa feita, fiquei semanas na dúvida se havia sido autuado ou não quando, após uma descontraída conversa a caminho do serviço da minha esposa, eu me peguei questionando-a se ela notou a que velocidade eu havia passado pelo controlador eletrônico de velocidade! O fato é que, em se tratando do trânsito, mesmo sendo uma atividade que muitos já façam quase que instintivamente, mais do que nunca é preciso parar para pensar (ou pensar em movimento mesmo) em como estamos nos portando diante dos diversos desafios diários que ele nos suscita. Tendo em vista a quantidade de vidas que ainda se perdem ano após ano em “acidentes” inexplicáveis à luz da razão, sou obrigado a concordar com o matemático e filósofo britânico Bertrand Russell quando afirma: A maior parte das pessoas prefere morrer a pensar; na verdade, é isso que fazem.

  • EM QUALQUER LUGAR DA TERRA EM MENOS DE UMA HORA. O QUE VOCÊ ACHARIA?

    Durante muitos anos o principal meio de transporte da humanidade foi pelo mar. Ainda consigo lembrar de, durante as aulas de história, imaginar o quão sofridas deveriam ser as viagens durante o período das grandes navegações, entre os séculos XV e XVII, que levavam meses… Realidade que foi modificando-se à medida que a tecnologia avançava. O famoso transatlântico RMS Titanic, levaria sete dias para realizar sua primeira viagem do porto de Southampton (Inglaterra) a Nova York (Estados Unidos) em 1912, caso não tivesse encontrado algumas “pedras pelo caminho”. Atualmente, a mesma viagem pode ser realizada de avião em aproximadamente 7 horas de voo. Mas e se fosse possível realizar este percurso em 29 minutos? Essa é mais uma das polêmicas promessas de Elon Musk, CEO da Tesla e da Space X. Dentre as suas futurísticas ideias já tivemos desde um carro que trabalha para o seu dono até uma cápsula que transporta os passageiros por um duto à vácuo levitando por eletromagnetismo a uma velocidade acima de 1000 km/h! Entretanto, nada disso chega perto dos planos que ele tem para a Space X. Fundada em 2002, a Space Exploration Technologies Corp , ou somente Space X como é conhecida, a empresa nasceu com o singelo propósito de reduzir os custos de transporte espacial e permitir a colonização de Marte. Sendo a primeira empresa privada a chegar à órbita terrestre com um foguete de combustível líquido (em 2008), traz como principal diferencial dos foguetes anteriores a possibilidade de reutilização dos veículos de lançamento o que, juntamente com outras medidas, foi capaz de diminuir os custos de lançamento em aproximadamente 10 vezes. Porém, os planos da empresa não se limitam à exploração e ao turismo espacial. Musk também pretende utilizar os foguetes da Space X para viagens intercontinentais, nas quais, segundo o CEO, seria possível chegar a qualquer lugar da terra em menos de uma hora. Uma viagem de Nova York a Xangai, por exemplo, que de avião leva praticamente um dia inteiro, pela Space X levariam míseros 39 minutos. Isso só seria possível pois, após atingir a atmosfera terrestre, a viagem ocorreria a incríveis 27.000 km/h! E o que é mais fantástico: custando praticamente o mesmo valor de uma passagem de avião comum. Ainda que você não acredite nas promessas de Elon Musk ou duvide da viabilidade delas, há de reconhecer a sua genialidade. Sua capacidade de pensar de forma disruptiva e dar a tecnologias, sejam novas ou já existentes, usos jamais imaginados, me faz lembrar muito de outro grande inventor. O genial Oskar Hans Wolfgang Coester , que faleceu recentemente, deixando-nos como legado uma tecnologia fantástica chamada Aeromovel . No entanto, antes de sua partida, Coester já advertia sobre as dificuldades de se implementar novas tecnologias: “A maior dificuldade ainda, é vencer preconceitos. Toda inovação sempre entra em choque com costumes, tradições e interesses.” (Oskar Coester) Espero sinceramente que, assim como o Aeromovel e o próprio Titanic, a Space X não encontre muitas “pedras pelo caminho”…

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