DE BIKE PARA O TRABALHO: PL PREVÊ MODERNIZAR O VALE-TRANSPORTE
- Rodrigo Vargas
- 24 de set.
- 2 min de leitura

Na semana em que celebrou-se mais um Dia Mundial Sem Carro, a Câmara dos Deputados criou uma comissão especial para debater o Projeto de Lei 4400/2012. A proposta busca modernizar o atual sistema de vale-transporte, permitindo que o trabalhador escolha diferentes formas de deslocamento. Entre as novidades, está a possibilidade de quem vai de bicicleta ao trabalho receber em dinheiro até 50% do valor que gastaria com o transporte público.
A necessidade de atualizar o vale-transporte
O vale-transporte, tal como conhecemos, foi criado na década de 1980, em um cenário urbano completamente diferente do atual. Desde então, as cidades cresceram, a mobilidade se diversificou e os desafios ambientais se tornaram centrais. No entanto, a legislação continua limitada ao transporte coletivo tradicional, sem contemplar novas formas de deslocamento sustentável, como a bicicleta, que tem ganhado cada vez mais espaço nas políticas de mobilidade urbana.
Incentivos ao uso da bicicleta pelo mundo
O Brasil não estaria sozinho nessa mudança. Diversos países já reconhecem a bicicleta como parte fundamental da mobilidade cotidiana e criaram benefícios diretos para estimular seu uso:
Bélgica: reembolso por quilômetro pedalado, em torno de €0,27/km.
Holanda: até €0,21/km livre de impostos, além de incentivos para empresas fornecerem bicicletas.
França: indenização quilométrica e o Forfait Mobilités Durables, com reembolso de até €800 por ano.
Alemanha: abatimento fiscal do custo da bicicleta, inclusive elétrica.
Itália: o Bonus Mobilità subsidiava até 60% do valor de compra de bicicletas.
Reino Unido: programa Cycle to Work, que permite a compra de bicicletas com desconto fiscal.
Estados Unidos: o Bicycle Commuter Benefit (hoje suspenso) concedia até US$ 20 por mês isentos de impostos.

Um debate necessário
A discussão no Congresso pode marcar um passo importante para atualizar a legislação brasileira, que ainda trata o vale-transporte de forma restrita. Ao incluir a bicicleta como opção viável e recompensada, o país pode alinhar-se a boas práticas internacionais, incentivar deslocamentos mais saudáveis, reduzir emissões e melhorar a qualidade de vida nas cidades. Espero que o debate do PL (que é de 2012!) na Câmara não leve outra década para se desenrolar. Ou pior, não se conclua na mesma velocidade que a malha cicloviária do país!
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