BRASILEIRO E SEU CARRO: ESTARÁ ESSE CASAMENTO CHEGANDO AO FIM?
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BRASILEIRO E SEU CARRO: ESTARÁ ESSE CASAMENTO CHEGANDO AO FIM?


No ano de 2018 eu tomei uma decisão nada fácil. Entretanto, uma das melhores decisões que eu já tomei na vida: entrei para um pequeno, porém crescente grupo de pessoas que decide não mais ter um carro, como já contei em outro artigo. Quem me conhece ou acompanha meu trabalho sabe (ou pode supor) o quão custosa me foi essa mudança, muito em função da relação que eu sempre tive com o mundo automotivo. Como você deve lembrar daquele famoso slogan publicitário de uma conhecida rede de postos de combustíveis, eu sempre me considerei um "apaixonado por carros, como todo o brasileiro".



No entanto, a partir dessa decisão, minha relação não apenas com os "possantes", mas também com a cidade mudou drasticamente. Quando você sai de trás da direção, você passa a conhecer e a viver a cidade de outra forma, sob outras perspectivas que o carro não permite. De tal forma que até o próprio senso de pertencimento do espaço público muda. Mas essa pode parecer uma mudança ainda inimaginável para grande parte da população, que ainda vive submersa em uma sociedade midiática e carrocêntrica.



Mas falando em mídia, dia desses recebi uma mensagem de um amigo que, sabendo da minha ligação com o mundo automotor, perguntava se eu já havia visto a propaganda de uma famosa locadora de veículos, na qual era realizado um casamento entre o motorista e seu carro. Surpreso e curioso pela proposta inusitada da campanha, fui ao Google e não foi difícil encontrar esses dois vídeos:




Ainda que a ideia de carros por assinatura não seja nova e, principalmente, nem tão barata ainda a ponto de se tornar atrativa, achei a campanha publicitária genial! A equipe de marketing, ao meu ver, tocou em dois pontos cruciais: o primeiro, ao utilizar o termo casamento, já conhecido entre os "amantes" do automobilismo, que de forma figurada se refere a veículos difíceis de serem revendidos, dando a ele um sentido comicamente literal.


Mas o segundo, e na minha opinião mais importante, toca em uma ferida ou pouco mais profunda. Ao fazer uso do termo casamento de forma denotativa, se apela, de forma cômica, ao momento que simboliza o ápice do amor existente em um relacionamento entre duas pessoas para explorar a personificação e humanização de um objeto que sempre fora personificado e humanizado pela própria mídia, porém, até então, de uma forma mais romântica. Obviamente que a empresa tem interesse que esse "romance" entre veículos e seus proprietários cheguem ao fim. Mas será que esses estão dispostos a discutir suas relações?


É bem verdade que eu já tive minhas paixões, minhas saídas à francesa e até um amor de verão, mas tomo a liberdade de usar uma frase do meu grande amigo Carlos Augusto Elias, também conhecido por muitos como "Professor Carlão":

Ultimamente tenho me importado muito menos em adquirir coisas e mais em ter experiências.

 

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