GM ABRE AS PORTAS DA SUA FÁBRICA PARA VISITAS PÚBLICAS
- Rodrigo Vargas

- há 5 minutos
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Em um mundo cada vez mais competitivo, inúmeras empresas dependem de segredos industriais — fórmulas, processos, métodos, tecnologias — como elemento-chave de sua vantagem competitiva. Esse tipo de sigilo protege o “como” por trás dos produtos e serviços, garantindo que a inovação não seja copiada por concorrentes.
No entanto, o recente anúncio da GM revela que, em certas circunstâncias, empresas podem decidir abrir mão, parcial ou temporariamente, desse sigilo: como forma de promover transparência, educar o público, aproximar a marca de seus consumidores e ressignificar sua imagem institucional.
Este texto pretende refletir sobre o significado dessa transição: por que uma empresa cuja produção sempre foi envolta em sigilo decide expor seu chão de fábrica e o que isso representa na intersecção entre indústria, marketing, mobilidade e cultura.

Em 2025, em celebração aos 100 anos da GM no Brasil, a montadora abriu pela primeira vez suas portas ao público para visitas na unidade de São Caetano do Sul (SP). A visita guiada permite acompanhar, de perto, etapas fundamentais da produção de carros, desde a estamparia das chapas metálicas, passando pela soldagem e montagem final, até a inspeção de qualidade. A iniciativa representa, nas palavras da própria montadora, uma forma de “conectar as pessoas à nossa história e ao que estamos construindo para os próximos 100 anos”. Parte do caráter social/do compromisso comunitário do projeto aparece no fato de que as contribuições das visitas serão revertidas ao Instituto General Motors, voltado a projetos de educação, inclusão e desenvolvimento comunitário. As visitas ocorrem às quartas-feiras, à tarde, com duração média de duas horas, mediante agendamento prévio.
A decisão da GM de abrir sua fábrica revela que o sigilo industrial, embora essencial para proteger inovações, nem sempre é imutável. Sob determinadas circunstâncias, a transparência pode trazer valor simbólico, pedagógico e social. Para quem trabalha com mobilidade, segurança no trânsito e responsabilidade social, esse movimento oferece uma oportunidade de reflexão: se podemos tornar visíveis os bastidores da produção automotiva, por que não pensar em tornar igualmente transparentes os bastidores da mobilidade urbana?














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