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SETE MIL RAZÕES PARA REPENSAR O FIM DO EXAME PSICOLÓGICO NA CNH

SETE MIL RAZÕES PARA REPENSAR O FIM DO EXAME PSICOLÓGICO NA CNH


Alguns transtornos psicológicos como a podem impedir ou comprometer a capacidade de dirigir, gerando sintomas, como ataques de pânico, pensamentos catastróficos (sinistros, atropelamentos), irritabilidade, falta de controle, agressividade, desatenção e dificuldades de julgamento, exigindo tratamento para garantir a segurança no trânsito, conforme orientação médica para obtenção ou renovação da CNH. Até agora...


Além da recente proposta do fim da obrigatoriedade das aulas em Autoescolas, o governo ainda estuda acabar com a exigência de exame psicológico para quem vai tirar Carteira Nacional de Habilitação, inclusive motoristas profissionais.

Hoje, esse exame é feito por um psicólogo especializado no momento da obtenção da primeira habilitação ou da renovação para motoristas profissionais. O argumento de técnicos envolvidos no assunto é de que inaptidão nesses testes é de apenas 0,01%, então não teria sentido mantê-los.

Diante desse argumento, me peguei pensando: temos algo em torno de 74 milhões de habilitados a conduzir no país. Logo, 0,01% desse número nos daria um considerável resultado de 7.400 pessoas. Agora, imagine você por nas ruas 7.400 pessoas com um (ou mais) desses transtornos abaixo:

  • Amaxofobia (Medo de Dirigir): Medo intenso ou irracional de dirigir ou ser passageiro, causando ansiedade, taquicardia, sudorese, tremores, pensamentos de perda de controle, evitação e até ataques de pânico.

  • Ansiedade (Geral e Social): Pessoas ansiosas podem sentir pressão e medo de se expor, levando a irritabilidade, desatenção, ou ansiedade por antecipação, sentindo-se incapazes ou com medo de causar acidentes.

  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Dúvidas obsessivas sobre ter atropelado alguém, pensamentos intrusivos de catástrofes e necessidade de rituais (como voltar para verificar), paralisando a pessoa ou levando a evitação.

  • Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Pode levar a impulsividade, comportamentos de risco, baixa percepção de perigo e dificuldade em manter a atenção, aumentando o risco de acidentes.

  • Depressão e Bipolaridade: Quadros severos podem afetar julgamento, capacidade de reação e atenção, sendo critérios para avaliação na renovação da CNH.

  • Traumas: Experiências ruins no trânsito (acidentes, reprovações na CNH) podem desencadear a amaxofobia ou insegurança. 


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E é justamente aí que mora a inquietação: se mesmo com a avaliação psicológica obrigatória já convivemos com um trânsito marcado por impulsividade, intolerância, distração e fragilidades emocionais que muitas vezes passam despercebidas, o que esperar de um cenário em que nem isso seja mais exigido? A impressão que fica é a de que brincamos de minimizar riscos como quem empurra poeira para debaixo do tapete — acreditando que, se não olhamos de perto, o problema simplesmente deixa de existir. Mas se hoje já sentimos os efeitos dessa complexa mistura humana nas ruas, fica difícil não imaginar que retirar a avaliação psicológica seria como abrir mão do último filtro. E, convenhamos: se o trânsito brasileiro já é desafiador do jeito que é, quem sabe como seria sem sequer essa pequena tentativa de cuidar da saúde mental de quem conduz?



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