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AUTONOMIA: A ÚNICA SOLUÇÃO PARA O TRÂNSITO

AUTONOMIA: A ÚNICA SOLUÇÃO PARA O TRÂNSITO


Einstein dizia que loucura é esperar resultados diferentes fazendo sempre a mesma coisa. Há mais de 250 anos o ser humano conduz veículos automotores — sejam elétricos, a combustão ou até a vapor. Será possível que, em todo esse tempo, não tenhamos aprendido a dirigir de forma minimamente civilizada? E mais: será que um dia aprenderemos?


Por essas e outras razões, acredito que a automação veicular pode ser um caminho para acelerar nossa chegada a um trânsito mais seguro. Por defender essa ideia, muitas vezes fui criticado, como se eu acreditasse que veículos autônomos resolveriam todos os problemas do trânsito. Não acredito nisso. O trânsito é um fenômeno complexo e, como todo fenômeno complexo, não tem solução única.

Se me obrigassem, entretanto, a escolher apenas uma solução, eu não hesitaria: A verdadeira solução para o trânsito não está em carros autônomos, mas em pessoas autônomas. E aqui vale um esclarecimento: autonomia não é fazer o que se quer, quando se quer, ignorando regras e consequências. Pelo contrário. Uma pessoa autônoma é aquela que desenvolveu a capacidade de tomar decisões conscientes, avaliando não apenas o que é melhor para si, mas também o impacto sobre os outros. É a competência de equilibrar liberdade e responsabilidade.

No trânsito, isso vai muito além de respeitar placas e semáforos. Significa compreender o contexto, antecipar riscos, ceder passagem quando necessário, evitar atitudes impulsivas e reconhecer que cada deslocamento é uma convivência temporária com dezenas ou centenas de outras vidas.

A tecnologia pode corrigir erros, evitar colisões e até assumir o controle em situações críticas. Mas nenhum algoritmo substitui a sensibilidade humana de perceber o medo no olhar de um pedestre, a insegurança de um ciclista ou o nervosismo de um motorista inexperiente.

A automação pode ajudar a criar um trânsito mais seguro. Mas só a autonomia pessoal pode criar uma sociedade mais segura. Porque o problema no fundo não é a máquina — é o humano que a opera, e a forma como ele escolhe exercer esse poder.

Não sou contra carros. Sou contra cidades onde as pessoas só andam de carro porque não têm opção. Uma cidade saudável é aquela em que dirigir é escolha — e não condenação.



2 comentários

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Excelente artigo. Dr. Rodrigo sempre nos trazendo reflexões importantes. Utilizo muito seus artigos no grupo de alunos que frequentam minhas aulas teóricas. Obrigado pela clareza nos esclarecimentos.

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Rodrigo Vargas
Rodrigo Vargas
24 de ago.
Respondendo a

Obrigado por prestigiar, Roberto!

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