GOVERNO CRIA SECRETARIA DE MOBILIDADE ELÉTRICA PARA ACELERAR ELETRIFICAÇÃO NO BRASIL
- Rodrigo Vargas

- há 6 horas
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No âmbito da mobilidade sustentável, o Brasil dá um passo significativo: foi criada a Secretaria de Mobilidade Elétrica, vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), com o objetivo de estruturar e acelerar a eletrificação do parque veicular e fortalecer o diálogo entre poder público e indústria automotiva.
Por que esse avanço importa
A mobilidade elétrica não é apenas uma opção tecnológica: ela carrega implicações profundas para a segurança no trânsito, para o meio ambiente e para as dinâmicas sociais que regem como nos deslocamos. A nova secretaria responde a uma demanda antiga da cadeia produtiva de veículos elétricos, justamente num momento de crescimento acelerado desse mercado no país — a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) estima que as vendas em 2025 devem crescer cerca de 20%, com aproximadamente 220 mil veículos híbridos e elétricos.
Produção local e importância industrial
O movimento também reforça a relevância da produção nacional: com empresas como BYD, na Bahia, e GWM, em São Paulo, o Brasil busca consolidar uma base local de fabricação, reduzindo a dependência de importações e fortalecendo o setor automotivo como ator estratégico na mobilidade elétrica. A manutenção da alíquota de importação (35% sobre veículos completos) reforça esse esforço.
Infraestrutura e segurança
Do ponto de vista da operação e da segurança no trânsito, a expansão da infraestrutura de recarga é um fator crítico. O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) já publicou diretrizes técnicas para instalação de carregadores, com foco em evitar riscos como curtos-circuitos ou instalações improvisadas. Além disso, a eletrificação de frotas — especialmente de ônibus em modal público — e o uso de fontes renováveis como solar ou eólica também despontam como estratégias para interiorizar a mobilidade elétrica no Brasil, concentrada até agora em grandes capitais.
Reflexão para o trânsito e para a psicologia social
Do ponto de vista da segurança no trânsito, a transição para veículos elétricos implica mudanças de paradigma. Quando falamos de mobilidade, não estamos apenas falando de “meios de transporte”, mas de como essa mobilidade se insere no sistema de tensões sociais, econômicas e ambientais que moldam os comportamentos no trânsito.
Por um lado, veículos elétricos podem contribuir para um ambiente menos poluído, menos ruidoso, o que pode alterar o estado psicológico dos usuários — menos estresse, menos agressividade.
Por outro lado, essa transição exige adaptação: o comportamento do motorista, do pedestre, do ciclista, todos precisarão revisar referências (tempo de recarga, autonomia, acesso à infraestrutura, prioridades de modal).
Sobre a psicologia social: a mudança estrutural — criação de uma secretaria, incentivos, produção local — funciona como um “macro-símbolo” de que a mobilidade elétrica deixa de ser exceção e passa a compor o cenário normativo da mobilidade urbana. Isso gera efeitos de expectativa, identidade social (“sou usuário de veículo elétrico/prefiro mobilidade sustentável”) e, especialmente, de responsabilidade coletiva (refletindo sobre emissões, uso de energia, qualidade urbana).
Considerações finais
A criação da Secretaria de Mobilidade Elétrica não é apenas uma boa notícia para a indústria automobilística ou para o mercado de veículos: ela representa um gatilho para transformações mais amplas — de comportamento, de percepção de risco e de mobilidade mais consciente e integrada. Para nós que atuamos no trânsito — como condutores, usuários vulneráveis, operadores de modais — isso significa estar atento às mudanças, aproveitar o momento para educar, promover a transição e pensar a mobilidade sob uma lente mais humana e sustentável.















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