ALBNÂNIA NOMEOU PELA PRIMEIRA VEZ NO MUNDO UMA IA PARA ASSUMIR UM MINISTÉRIO
- Rodrigo Vargas
- 29 de set.
- 2 min de leitura

Apresentada no último dia 11 de setembro pelo primeiro-ministro Edi Rama, como parte do novo governo formado após as eleições realizadas em maio, IA-ministra chama-se Diella (que significa “Sol”, em albanês). Ela já estava operando desde janeiro de 2025 como assistente virtual na plataforma e-Albania, prestando serviços digitais ao cidadão, ajudando no acesso a documentos e serviços públicos.
Seu papel principal no ministério será supervisionar e futuramente conduzir os processos de licitação pública (public tenders), uma área historicamente marcada por corrupção na Albânia. A ideia é tornar esses processos 100% transparentes e “livres de corrupção”. O governo afirma que Diella tomará decisões baseadas em mérito, tentando eliminar influências humanas indevidas como fraudes, nepotismo e outros problemas de integridade pública. No Parlamento, Diella fez um discurso inaugural, em vídeo, defendendo que “não está aqui para substituir pessoas, mas para ajudar”.
Há muita discussão sobre se a nomeação é constitucional ou não. Também há dúvidas sobre até que ponto a IA poderá realmente evitar corrupção, dado que algoritmos também podem ser manipulados ou sofrer vieses se não houver uma supervisão humana adequada. Até o momento, não está claro todos os mecanismos de governança, prestação de contas e responsabilização caso ocorram falhas ou abusos.
A Albânia pretende entrar para a União Europeia até cerca de 2030, e uma das exigências para isso é mostrar eficiência, transparência e combate à corrupção nas instituições públicas. A iniciativa é vista como pioneira no uso formal de inteligência artificial em níveis altos de governo. Se der certo, pode servir de modelo para outros países interessarem-se por “IA-governança”.
Enquanto isso, por aqui, o Ministro dos Transportes, Renan Filho, causou grande polêmica recentemente nas redes socias por suas declarações sobre o fim da obrigatoriedade das auto escolas no processo de formação de novos condutores. Diante de tanta polêmica, fica a dúvida: não seria melhor apostar também por aqui em uma IA? Poderíamos, inclusive, batizá-la de Ministro FIAlho?
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