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  • DE CARRUAGEM A LATA DE SARDINHA: COMO O TRANSPORTE PÚBLICO VIROU “COISA DE POBRE”

    Ah, o transporte público no Brasil! Uma verdadeira novela histórica que mistura carruagens reais, mulas teimosas e uma pitada de preconceito social. Vamos embarcar nessa viagem pelo tempo e descobrir como o transporte coletivo se tornou, injustamente, "coisa de pobre" em terras tupiniquins. Tudo começou em 1817, quando D. João VI, recém-chegado ao Brasil, percebeu que seus súditos precisavam de uma ajudinha para comparecer ao famoso "beija-mão" no Paço Imperial. Afinal, caminhar 50 quilômetros não era tarefa fácil, nem mesmo para os mais devotos puxa-sacos. Então, o bom monarca autorizou Sebastião Surigué a operar carruagens que ligavam o centro do Rio de Janeiro à Fazenda Santa Cruz. Nascia assim o primeiro sistema de transporte coletivo do país, com lugares numerados e passagens a oito réis. Um luxo só!  Mas nem tudo eram flores no caminho dos passageiros. Em 1879, o governo imperial resolveu adicionar um "vintém" (vinte réis) ao preço das passagens de bonde. A população, já apertada, não gostou nada da ideia e iniciou a famosa "Revolta do Vintém". Aos gritos de "Fora o vintém!", manifestantes viraram bondes, arrancaram trilhos e até esfaquearam pobres mulas inocentes. No fim, o governo cedeu e revogou o tributo. Uma vitória do povo sobre os aumentos abusivos! Com o passar dos anos, o transporte público foi se expandindo, mas também enfrentando desafios. A implantação dos trólebus no Rio de Janeiro, em 1962, foi uma tentativa de modernizar o sistema. No entanto, problemas econômicos e políticos levaram à desativação desses veículos em menos de uma década. Enquanto isso, o transporte individual motorizado ganhava força, sendo promovido como símbolo de status e prosperidade.  Essa valorização do carro particular contribuiu para a percepção de que o transporte público era destinado apenas às classes menos favorecidas. Além disso, políticas públicas e investimentos foram direcionados para a expansão de rodovias e incentivos à indústria automobilística, enquanto o transporte coletivo ficava em segundo plano.  Hoje, apesar dos avanços e da crescente conscientização sobre mobilidade urbana sustentável, o estigma persiste. No entanto, pesquisas mostram que o perfil dos usuários de ônibus em cidades como São Paulo é diverso, incluindo pessoas com ensino superior e pertencentes às classes B e C. Ou seja, dizer que "ônibus é coisa de pobre" não passa de puro preconceito. Portanto, da carruagem real aos modernos ônibus, o transporte público brasileiro percorreu um longo caminho. E, apesar dos desafios e estigmas, continua sendo uma peça fundamental na mobilidade urbana e na integração social do país. Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO SE FAZ NA VIA! SERÁ?

    Por quase dez anos, trabalhei no setor de educação para mobilidade de um certo órgão gestor de trânsito. Durante esse tempo, minha rotina envolvia palestras, campanhas e atividades educativas que, ano após ano, impactavam cerca de 30 mil pessoas. Era um trabalho árduo, mas gratificante. Um dia, porém, tudo mudou. Fui transferido para o setor de comunicação. Assim, sem muitos avisos ou tempo para adaptação. De repente, deixei de organizar eventos presenciais para lidar com redes sociais, métricas e engajamento digital. Um novo mundo se abria diante de mim, e eu ainda nem sabia se gostava dele. Foi então que, poucos dias após assumir a nova função, vi um post sobre educação para mobilidade alcançar a marca surpreendente de 70 MIL visualizações em apenas cinco dias . Setenta mil. Em menos de uma semana, um simples post conseguiu mais do que o dobro do alcance anual de todas as ações presenciais que eu e minha equipe organizávamos com tanto esforço. Passei por todas as fases do luto: primeiro, neguei – “isso só pode ser um erro no sistema.” Depois, veio a raiva – “onde estavam essas pessoas quando fazíamos eventos presenciais?” Em seguida, a barganha – “se eu voltar para a educação presencial, posso levar as redes sociais junto?” Então, a depressão – “anos de trabalho para ser superado por um post?” E, finalmente, a aceitação – “tá bom, internet, você venceu.” Nesse momento, lembrei-me de uma reunião antiga. Certa vez, ao pedirmos mais tempo para planejamento, um gestor do setor respondeu sem hesitar: 'Educação para o trânsito se faz na via!'  Aquela frase ficou durante muito tempo na minha mente, mas agora, com um novo significado. A grande verdade é que a educação para a mobilidade continua sendo essencial, mas os meios mudaram. Talvez o melhor caminho seja unir o presencial ao digital, aproveitando o poder das redes para ampliar ainda mais nosso alcance. Afinal, educação para o trânsito se faz sim na via... seja ela de asfalto ou de fibra ótica. Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • 7 DICAS PARA SE DESLOCAR NO VERÃO SEM DERRETER NO CAMINHO

    Este verão em Porto Alegre está tão quente que, se alguém cair morto no meio da rua, já cai cremado! As temperaturas têm se aproximado dos 40 °C (e a sensação térmica dos 60º), tornando a cidade praticamente um forno a céu aberto, ou como os conterrâneos costuma chamar "Forno Alegre". Dizem que os pombos estão usando chinelos para não queimar as patinhas e que os vendedores de sorvete estão recebendo medalhes de honra ao mérito. Brincadeiras à parte, é fundamental adotar medidas para garantir a segurança durante os deslocamentos em dias de calor extremo: Hidrate-se constantemente : Beba água regularmente, mesmo que não sinta sede. A desidratação pode ocorrer rapidamente em altas temperaturas. Use roupas adequadas : Prefira vestimentas leves, de cores claras e tecidos que permitam a transpiração. Isso ajuda a manter a temperatura corporal mais baixa. Proteja-se do sol : Utilize chapéus, óculos de sol e protetor solar com fator de proteção adequado. Evite exposição direta ao sol entre 10h e 16h, quando a radiação é mais intensa.  Planeje seus trajetos : Sempre que possível, escolha horários de menor intensidade solar para se deslocar. Verifique se o veículo está em boas condições, especialmente o sistema de ar-condicionado, para evitar transtornos durante o trajeto. Faça pausas regulares : Em viagens longas, programe paradas para descanso em locais frescos e sombreados. Isso ajuda a evitar o cansaço e a exposição prolongada ao calor. Alimente-se de forma leve : Opte por refeições leves e de fácil digestão. Alimentos pesados podem aumentar a sensação de calor e causar desconforto. Esteja atento aos sinais do corpo : Sintomas como tontura, náusea, sede excessiva e dores de cabeça podem indicar desidratação ou insolação. Se perceber qualquer um desses sinais, procure um local fresco, hidrate-se e, se necessário, busque assistência médica. Lembre-se: o calor pode ser implacável, mas com precaução e bom humor, é possível enfrentá-lo com segurança. E, claro, sempre que possível, aproveite uma sombra amiga e um bom chimarrão (gelado, de preferência)! Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • 5 FORMAS "GENIAIS" DE VIAJAR DE GRAÇA!

    Dia desses, apareceu no meu feed uma cena no mínimo curiosa (para não dizer outra coisa...). Um cidadão, para não arcar com os custos da viagem, resolveu simular uma pane mecânica para fazer uso do guincho da concessionária para levá-lo por boa parte do seu caminho. Compadecido com a situação do pobre rapaz (contém ironia), resolvi fazer uso da criatividade para sugerir a ele (e a você, caso tenha gostado da ideia) algumas outras dicas de como viajar de graça: Cansado de gastar fortunas com transporte? Você olha para o preço da gasolina e sente que seu carro deveria vir com um cofre embutido? Se o seu orçamento para deslocamento está mais apertado que um carro de palhaço, tenho algumas sugestões geniais para você se locomover sem pagar um centavo! De Ambulância:  Basta simular um ataque cardíaco em plena avenida e esperar a sirene chegar. Mas atenção! Capriche na atuação, pois se descobrirem que você só quer carona, o único lugar que vai visitar de graça será uma delegacia. De Viatura da Polícia:  Se quiser adrenalina pura, experimente cometer um delito leve, como desenhar um bigode na estátua da praça ou furtar um cone de trânsito. Com sorte, você ganha uma carona com sirene e escolta personalizada. O único problema será explicar para o delegado que era tudo pelo bem da economia. De Caminhão dos Bombeiros:  Esqueça aplicativos de transporte! Um pequeno incêndio "acidental" no seu quintal pode render uma viagem emocionante. Só não exagere no fogo, senão sua casa pode virar brasa antes de você conseguir chegar ao destino. De Carro Forte:  Se infiltrar como "fiscal" da empresa de transporte de valores pode te render um deslocamento seguro e sem pedágio. O detalhe é que, se descobrirem, a única coisa que você vai carregar será uma tornozeleira eletrônica. De Carro Funerário:  Aqui é preciso compromisso com a encenação. Fingir-se de defunto pode garantir um trajeto tranquilo até o cemitério mais próximo. Só tome cuidado para não convencer demais e acabar enterrado! Lembre-se: todas essas ideias são brincadeiras e, caso você resolva testá-las, não me responsabilizo por eventuais processos, sustos ou contratempos jurídicos. Mas, se der certo, certamente sua viagem será inesquecível! Obviamente, é importante refletir sobre as consequências do uso indevido de serviços de emergência. Quando ambulâncias, viaturas policiais e caminhões dos bombeiros são acionados sem necessidade, recursos essenciais são desviados de quem realmente precisa. Isso pode atrasar socorros críticos, colocar vidas em risco e sobrecarregar sistemas que já operam no limite. O humor nos ajuda a enxergar a criatividade humana, mas devemos lembrar que cada serviço de emergência tem um propósito vital e deve ser utilizado com responsabilidade. Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • O SOL NASCE PARA TODOS?

    O famosos ditado que dá título a esse texto traz consigo, ao meu entender, uma mensagem carregada de positividade e esperança. Esperança de que todos têm (ou deveriam, pelo menos) ter as mesmas oportunidades na vida. Conhecido por muitos como "o pôr do sol mais bonito do Brasil", sem dúvida o pôr do sol do Guaíba, em Porto Alegre, é um dos mais belos cartões postais da capital gaúcha, motivo de muito orgulho aos porto-alegrenses. Mas nem sempre foi assim. Tanto que, em 2011, o historiador, jornalista e professor Luiz Carlos Golin, mais conhecido como Tau Golin, escreveu um artigo fantástico, intitulado Maldição no Rio Guaíba . Nele, Golin refere-se ao Rio assim: Atualmente, o Rio Guaíba é o espectro de uma velha prostituta de arrabalde. Os porto-alegrenses a pintam, enfeitam, enquadram suas silhuetas com potentes máquinas fotográficas, especialmente contando com a luminosidade do pôr do sol. À distância, a reverenciam de longe porque, na verdade, se valer a comparação, está contaminada por múltiplas doenças venéreas, tomada pelos vírus inoculados pelo poder público e habitantes, resultado da relação perversa, manipuladora, calculista de lucros e abandonos. Ainda precisam dela para o encantamento de convidados manipuláveis, através da figuração de uma vedete de carnes podres e perebentas, encobertas por meias cintilantes, lantejoulas e luzes ilusórias para manter o devaneio. A diva, na foto e no ciberespaço, em sua dimensão virtual, está linda, deslumbrante. A condição digital ilude que está podre, a deusa vive purulenta, senhores! É bem verdade que, de uns anos pra cá, a relação do porto-alegrense com o Rio transformou-se completamente, sobretudo após a conclusão das revitalizações dos trechos 1 e 3 da orla do Guaíba. Locais que há anos estavam abandonados e à mercê do mato, do lixo, das drogas e da prostituição, hoje são um recanto para famílias de toda a parte, atletas das mais diversas modalidades de esportes e amigos em busca de um lugar seguro e aprazível de lazer. Tive o prazer de, durante os dois anos que morei em uma região mais central da cidade, disfrutar dos benefícios de viver a apenas 1 quilômetro da orla, aproximadamente. Atualmente, passados alguns meses desde que voltei para a zona sul da cidade, minha relação com o Rio passou a ser mais visual. Seja da saca do meu apartamento no 11º andar, seja pela janela do banheiro, durante o banho, vez que outra consigo ver ao longe o (subutilizado) catamarã deslocando-se agilmente sobre as águas do Guaíba (o que por si só já é assunto para outro artigo), até sumir atrás das enormes torres que estão em construção a menos de 300 metros do Rio, em um luxuoso condomínio que até uma praia artificial terá! Me parece, no entanto, no mínimo curioso que no artigo 13 da LEI COMPLEMENTAR Nº 646, DE 22 DE JULHO DE 2010, que altera o PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO AMBIENTAL DE PORTO ALEGRE (PDDUA), tenha sido incluído o inciso V, que diz: V - da implementação de políticas de incentivo ao desenvolvimento harmônico visando à equidade de ocupação e uso da infraestrutura urbana disponível; É inegável que, ao longo dos últimos anos, a orla do Rio Guaíba tem se tornado uma referência no que diz respeito ao desenvolvimento da infraestrutura e um polo econômico, esportivo e de lazer. A questão é: para quem? Quem tem acesso a frequentar lugares como o novo shopping Pontal ou o Cais Embarcadero? Que sente-se convidado a acessar locais onde uma refeição custa quase o valor da renda per capta mensal de uma família? Estará a orla se desenvolvendo de forma equânime? Retomando a reflexão inicial, já despido da positividade e da esperança de outrora, acredito que em Porto Alegre sim, o sol nasce para todos. O pôr do sol, no entanto, só alguns têm acesso... Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • DEIXAR BARATO: O MELHOR NEGÓCIO NO TRÂNSITO!

    Se você é daqueles que não "deixa barato" no trânsito, parabéns! Você pode acabar gastando uma fortuna com advogado, boletim de ocorrência e, de quebra, ainda ganhar um tempinho extra para refletir sobre suas decisões... na cadeia. Tudo começa com uma fechada, um xingamento ou aquela buzinada interminável que diz “eu sou muito ocupado para esperar dois segundos”. E aí, pronto! O motorista desce do carro parecendo que vai resolver um problema diplomático, mas no fim das contas, só consegue arrumar confusão. Em questão de segundos, um simples chilique vira manchete policial e uma discussão boba se transforma no pior prejuízo da vida. E o pior: quem briga no trânsito acha que está ganhando. Ah, sim! Ganhando uma baita dor de cabeça, uma visita ao tribunal e, possivelmente, um novo melhor amigo chamado "Zé da 218", na cela ao lado. Se ainda acha que "deixar barato" é coisa de covarde, faça as contas: quanto custa um carro blindado para evitar tiros de motoristas exaltados? Quanto custa um curso de gestão da raiva para não transformar um dia ruim em um desastre? Quanto custa um bom advogado para explicar ao juiz por que você achou que brigar por uma fechada era um plano de vida inteligente? No fim das contas, "não deixar barato" sai bem mais caro do que uma terapia e um cházinho de camomila. E não são só os custos financeiros, não! Tem também o custo emocional de virar um protagonista de vídeo viral do tipo "Motoristas brigando como se fosse final de campeonato". Tem a cara de vergonha ao contar para a família que foi parar no noticiário por causa de um estresse de trânsito. E tem, claro, o arrependimento eterno de perceber que tudo poderia ter sido evitado se você tivesse simplesmente... deixado barato! Dicas para Manutenção da Raiva no Trânsito (ou melhor, para se livrar dela!) Respire fundo : Simples e gratuito! Inspirar pelo nariz e expirar pela boca pode salvar seu dia – e sua ficha criminal. Lembre-se do objetivo : O foco é chegar ao destino, não provar que você está certo em uma batalha épica de egos. Evite discutir com idiotas : Eles têm mais experiência e sempre te arrastam para o nível deles. Ouça músicas calmas : Um pagode romântico ou um jazz suave fazem milagres. Heavy metal só se você souber controlar o impulso de gritar junto. Conte até 10 (ou 100, se precisar) : O tempo que você usa para contar é o tempo que impede você de fazer besteira. Lembre-se do meme : "Falo nada, só observo". Ser o observador sempre dá menos trabalho do que ser o brigão. Então, amigo, na próxima vez que alguém te fechar, respire fundo, sorria e siga em frente. Deixar barato é o melhor investimento que você pode fazer. E, de quebra, evita a fadiga! T em interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • FAIXA EXCLUSIVA: O INIMIGO NÚMERO UM DOS IMPACIENTES!

    Ah, as faixas exclusivas para ônibus… Sempre tem aquele motorista que vê uma dessas e já começa a suar frio. "Como assim eu não posso usar essa parte da rua?" – ele brada indignado, como se tivessem acabado de confiscar a garagem da sua casa. A ideia de que um ônibus transportando dezenas (ou até centenas) de pessoas tenha prioridade sobre um único carro com um motorista e, no máximo, um passageiro, parece uma afronta ao universo dos privilegiados do trânsito. Afinal, o que é mais eficiente: um veículo ocupando espaço para 50, levando 50, ou um veículo ocupando espaço para 5, levando só o motorista e uma garrafa térmica? "Mas e se o ônibus estiver vazio?", argumentam alguns. E eu pergunto: quando foi a última vez que um carro sozinho esteve cheio ? Ou será que esse argumento só vale para quem quer ignorar a lógica e defender o direito sagrado de ficar parado no congestionamen9to com total igualdade? A verdade é que a faixa exclusiva não rouba espaço dos carros – ela devolve espaço para quem precisa chegar ao destino sem perder metade da vida no trânsito. Mas, se ainda assim você acha injusto, lembre-se: sempre há uma alternativa. Chama-se ônibus. Ou bicicleta. Ou, se preferir, pode continuar no trânsito reclamando… enquanto o ônibus passa reto ao seu lado. Faixas exclusivas não são vilãs. Elas são como filas preferenciais do trânsito. E reclamar delas é como se indignar porque alguém idoso ou com deficiência entrou primeiro no elevador. Dá para viver sem esse drama, né? Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • QUANDO A EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO ALCANÇARÁ O MESMO "GRAU" DE ENGAJAMENTO?

    Imagine se a educação para o trânsito fosse viral igual a um vídeo de um influenciador fazendo manobras proibidas, o Brasil já teria o trânsito mais seguro do mundo! Mas a realidade infelizmente é outra. Enquanto campanhas de conscientização lutam para alcançar algumas centenas de visualizações, um vídeo de alguém equilibrando o carro em duas rodas ou costurando no trânsito atinge milhões de curtidas e compartilhamentos em questão de horas. Agora, imagina um educador de trânsito tentando competir nesse cenário? Ele faz um post sério sobre a importância de respeitar a faixa de pedestres e recebe três curtidas: uma da mãe, outra de um colega de trabalho e a última do próprio perfil corporativo para não ficar tão feio. Enquanto isso, o sujeito que ignora todas as regras, dá zerinhos na avenida e grita "Segura, Brasil!" ganha patrocínio de marcas e convites para programas de TV. Talvez seja hora de inovar na abordagem. Quem sabe criar um desafio viral chamado # SetaChallenge , onde o objetivo é filmar um motorista utilizando corretamente a seta três vezes seguidas? Ou um reality show chamado "Quem quer ser um motorista consciente?", onde o prêmio principal é um tanque cheio e um adesivo de "Motorista Nota 10"? Enquanto isso, os profissionais da educação no trânsito seguem na luta, tentando furar essa bolha digital com campanhas que, infelizmente, não têm os algoritmos a seu favor. Até lá, seguimos torcendo para que a segurança no trânsito vire tendência (ou trending , como está na moda) – e que, um dia, o respeito às leis de trânsito tenha mais engajamento do que um drift na con tramão. Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • O NOVO ITEM OBRIGATÓRIO NOS VEÍCULOS

    Imagine um futuro onde os motoristas ainda não usam a seta de direção. Sim, porque, convenhamos, se até hoje muitos ignoram essa peça fundamental da comunicação no trânsito, por que esperar que a modernidade resolva esse problema? Mas calma! A tecnologia tem uma solução: a Bola de Cristal Veicular 3000 . Essa inovação, que em breve será item obrigatório nos automóveis, funcionará da seguinte forma: ao detectar que o motorista não tem a menor intenção de sinalizar uma conversão, a bola de cristal ativará seu modo vidente  e enviará um aviso telepático aos demais condutores. " O carro à frente PODE virar à direita... ou não. A névoa do destino ainda está se dissipando. " Caso o motorista decida, finalmente, usar a seta, a bola de cristal entrará em estado de choque e enviará uma notificação automática ao Departamento de Trânsito, recomendando a concessão imediata de um troféu e um feriado em sua homenagem. Mas a inovação não para por aí! Graças à Internet das Coisas (IoT), os veículos futuramente conversarão entre si. Assim, um carro poderá avisar o outro: " Ei, o motorista aqui na frente não deu seta, mas pela forma como ele segura o volante, há 76% de chance de que ele vá cortar sua frente! Boa sorte! " Enquanto essa tecnologia revolucionária não chega, continuamos contando com aquele antigo método: a arte de prever o futuro no trânsito. Se você vê um carro reduzindo do nada, uma leve inclinação do motorista para um lado ou o pisca-alerta sendo usado para tudo, menos emergências, prepare-se: o momento da adivinhação chegou. Até lá, continuamos na torcida para que os motoristas percebam que usar a seta não dói, não gasta e, acredite, não vem como item opcional no carro. Enquanto isso, seguimos na esperança de que o futuro resolva aquilo que o bom senso não conseguiu até hoje. Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • AMOR DE VERÃO. VOCÊ JÁ TEVE UM?

    Quem nunca teve aquele amor de verão, do qual guardamos lembranças durante anos e anos? Geralmente acontecem durante as férias, numa casa de praia ou durante alguma excursão de carnaval. Mas, no meu caso, foi um pouco diferente. Embora tenha de fato se consumado durante as férias de verão, não nos conhecemos nem na praia, nem tão pouco no verão. Foi no ano de 2016, em meados do mês de junho, ao entrar em um tradicional shopping da zona sul de Porto Alegre que a vi pela primeira vez. Lá estava ela, majestosa, mas sem ser exagerada. Posava altiva bem no meio do corredor principal, parecendo não se importar com os olhares curiosos que a fulminavam. Do tamanho certo, nem muito grande, nem muito pequena. A final, como afirmei recentemente em outro artigo , no que diz respeito a carros e mulheres, ainda prefiro os modelos compactos. Por ser um homem fiel aos meus princípios, tratei logo de tirar da cabeça aqueles devaneios que me inundaram por alguns minutos. Tendo em vista que, na ocasião, ainda estava comprometido com minha antiga paixão . Mas, como diz um sábio dito popular que trago dos tempos de rodoviário: Nessa vida, tirando o cobrador e o motorista, o resto é tudo passageiro . Com essa paixão não poderia ser diferente… Eis que há uns seis meses, aproximadamente, após muita reflexão, esse romance se desfez, como contei nesse artigo . Nessas últimas férias de verão, por motivos que, a essa altura, já devem ser bastante óbvios, precisei alugar um carro para fazer uma viagem. Resolvi então, muito em função da economia obtida nos últimos seis meses, me dar ao luxo de fazer algo que em outras circunstâncias eu não faria: alugar um SUV. Pelo fato de, no momento da reserva, você não poder escolher modelo, apenas a categoria, a possibilidade de encontrá-la na hora da retirada me rendeu alguns dias de ansiedade. Eis que chega o tão esperado dia da retirada na locadora! E, ao me aproximar da loja, ainda de dentro do ônibus, pude enxergá-la no pátio, como que a me esperar, em meio a outros dois modelos da mesma categoria, que, da mesma forma, me fariam muito bem servido, mas, evidentemente, não fariam meus olhos brilhar como ela fez desde a primeira vez que a vi naquele shopping. Na fila a espera parecia não ter fim, até que a atendente, com ar de descaso, soltou o aguardado “próximo…”. O cadastro pareceu durar uma eternidade e, a cada novo dado solicitado meu coração parecia bater mais forte. Quando ela saiu e foi até o pátio buscar a chave meus olhos seguiam fixos cada passo que ela dava em direção ao veículo. Até que… droga! A perdi de vista… De repente ela aparece novamente atrás do balcão. Nada. nenhum esboço de falar qual o modelo selecionado. Não pude conter a ansiedade, mas, quando estava prestes a perguntar, notei que sobre a mesa, logo atrás do balcão de atendimento, estava a chave do carro, na qual brilhava reluzente a marca da montadora japonesa estampada no chaveiro estilo canivete. Era ela. Finalmente a conheceria… Foram apenas nove dias, mas com certeza me marcaram. Guardarei ótimas lembranças dos nossos passeios pelo interior de Santa Catarina. Posso ter meus princípios, afirmar que nunca teria um SUV. Mas ainda hoje, mesmo que as férias já tenham acabado e o verão já dê seus últimos suspiros, mesmo que eu esteja sobre a minha mais nova paixão (minha bike), quando passo por ela na rua meus olhos ainda brilham e ainda sou invadido pelos mesmos devaneios daquele dia no shopping. Por que será que alguns amores fazem isso com a gente? Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • A SINFONIA DAS RUAS EM DÓ MAIOR

    Dia desses pela manhã, enquanto caminhava em direção à parada de ônibus, fui surpreendido com um som do motor de uma motocicleta, ainda que estivesse com fones nos ouvidos. A minha maior surpresa foi, ao olhar para trás na direção do som, não enxergar nem de longe o veículo, que devia estar, no mínimo, a um quilômetro de distância. Passados alguns segundos, a motocicleta passou por mim, ostentando um solo ensurdecedor produzido pelo seu escapamento aberto. Durante aqueles breves segundos, um misto de sentimentos e lembranças inundou minha mente, começando por um princípio de indignação, quando pensei: "o que esses caras têm na cabeça pra andar com a moto desse jeito?!". Pensamento que logo deu lugar para um "quem sou eu pra julgar?" acompanhado de um "já tive meus vinte e poucos anos...". Foi quando uma curiosa história me voltou vívida à memória... O ano era 2009. Estava em meio ao curso de formação para agentes de trânsito. Enquanto descia da minha moto (que de original devia ter apenas o chassi e o tanque) olhei para o lado e vi que um agente se aproximava. Bom dia, magrão! (na época eu ainda podia atender a esse apelido) Já te orientaram quanto às modificações dessa tua moto? Enquanto tirava os materiais do curso do baú da moto e colocava sobre o banco da mesma, respondi que sim, porém não tinha tido tempo ainda de realizar as trocas. Com um ar de decepção ele olha para a pasta translúcida com o logo da instituição e pergunta: Tu é colega?! Respondo novamente que sim, que havia ingressado na última turma. Olhando para os lados para se certificar de que ninguém havia presenciado a abordagem, ele sussurra: Cara... não me aparece mais aqui na frente com essa moto desse jeito! Me limitei a agradecer pela compreensão, pegar meu material e entrar antes que alguém mais chegasse e me flagrasse com a minha cara de criança que foi pro castigo. E nas próximas semanas que se seguiram do curso, nunca mais fui abordado por nenhum outro colega. Não porque realizei a troca pelas peças originais, mas porque passei a deixar a motocicleta no estacionamento de um mercado dois quilômetros antes e ir até o trabalho de ônibus. É obvio que entendo a sensação de ouvir o som do motor a "gritar" nos ouvidos de quem dirige ou pilota, assunto que já abordei em outro artigo , inclusive. Assim como entendo a sensação de acelerar chegando aos limites da máquina. Mas entendo também que, para ambos, há locais apropriados. O que me leva ao assunto que vim tratar nesse texto: música . Sou um eterno amante da música. Passo boa parte do meu dia ouvindo, desde quando saio de casa, no ônibus, no trabalho, no carro e na academia (quando apareço por lá...). Mas tenho consciência de que o meu gosto para música pode não ser o mais popular, embora eclético. Por esse motivo, não saio por aí submetendo aos outros ao meu gosto como muitas pessoas têm o costume de fazer. Utilizando a mesma lógica, por que tantas pessoas acham que suas afeições por motores barulhentos deve ser apreciada por todos? Por que pensam que todos devem tolerar o risco que elas estão dispostas a tolerar ao ultrapassarem os limites de velocidade das vias? Seja motores, velocidade ou músicas, quando reproduzidos em via pública, devem comportar-se como em uma orquestra. Somente quando todos os elementos tocam em harmonia é que conseguimos uma viagem tranquila e sem imprevistos, em um verdadeiro espetáculo de colaboração e respeito mútuo. Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

  • UMA ORDEM IMAGINADA

    Ainda hoje, vez ou outra, sou criticado pelo meu pessimismo para com o comportamento humano no trânsito, pessimismo sobre o qual já escrevi em outro artigo . E quanto mais a tecnologia se desenvolve, quanto mais eu estudo sobre a história da humanidade, mais eu me convenço que não fomos “projetados” para dirigir. E para subsidiar tal impressão, acabo de tomar ciência de um novo argumento não apenas histórico, mas biológico e evolutivo. Recentemente, nas minhas últimas férias, conheci a organizada cidade de Curitiba. Lá, tive o imenso prazer de conhecer pessoalmente meu grande amigo, pelo qual nutro imenso apreço e admiração, Celso Mariano, do Portal do Trânsito, sediado junto às instalações da Tecnodata. Durante essa maravilhosa visita, em meio a uma agradável conversa sobre nossos trabalhos, o Celso me indicou a leitura do livro Sapiens , do doutor em história Yuval Noah Harari, que fala sobre a história da humanidade. Durante a interessante leitura, me deparei com um capítulo que, inclusive, leva o mesmo nome desse artigo. Nele, Yuval faz uma intrigante constatação histórica que pode ter influência direta no trânsito atual. Para fins de contextualização, imagine que a humanidade tem cerca de 2,5 milhões de anos. Na maior parte desse tempo o ser humano subsistia da caça e da coleta de grãos. Por isso e por diversos outros fatores, as configurações sociais daquela época não permitiam bandos muito maiores que aproximadamente 50 integrantes, os quais cooperavam entre si tanto para manter sua segurança mediante a predadores e outros grupos, quanto para manterem uma ordem social dentro do próprio grupo. Foi a partir da revolução agrícola, ocorrida há somente meados de 10 mil anos, que tornou-se possível a ampliação desses bandos, dando origem aos primeiros vilarejos, que sucessivamente tornaram-se povoados, cidades, reinos, até virarem imensos impérios. Naquelas comunidades, uma ordem social só foi alcançada, ainda que temporariamente, a partir de estruturas exploratórias e repressivas, nunca de forma voluntária. Por isso, o historiador defende a ideia de que, evolutivamente, o ser humano não teve tempo para se adaptar à cooperação em grandes grupos. A revolução agrícola, que pode ser entendida como uma revolução tecnológica, modificou o desenho social de tal forma e com tamanha velocidade a ponto de não dar tempo para que o homo sapiens se tornasse uma espécie geneticamente mais cooperativa. Não seria correto inferir que o mesmo pode acontecer em relação ao trânsito? Ou seja, com a atual velocidade do desenvolvimento da tecnologia, antes mesmo que a espécie humana adapte seu comportamento para um trânsito mais cooperativo e harmônico, não teremos mais essa incumbência. A menos que, antes disso, uma outra revolução ocorra. Mas, dessa vez, uma revolução comportamental, o que eu, como bom pessimista, duvido muito. Tem interesse pelo assunto? Gostaria de ler mais textos como esse? Então adquira agora o meu livro!

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