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QUEM SÃO OS JUSTICEIROS DO TRÂNSITO?

QUEM SÃO OS JUSTICEIROS DO TRÂNSITO?


Em uma rua de Sapucaia do Sul, cidade da região metropolitana de Porto Alegre, um trágico sinistro envolvendo um ônibus sem freios ceifa vidas e desperta fúria. No calor do momento, antes mesmo que se possa entender o que de fato aconteceu, populares agridem o motorista, transformando-o instantaneamente em culpado. A cena poderia ser um retrato da Idade Média, quando a justiça era feita pela força, pelo impulso, pelo desejo de vingança. Mas nós estamos no século XXI. Ainda assim, o instinto de punir com as próprias mãos parece estar sempre à espreita, esperando um estopim para emergir.


Curiosamente, enquanto o linchamento real ainda choca e divide opiniões, na ficção, a figura do justiceiro é amplamente celebrada. O Demolidor, personagem que patrulha Hell's Kitchen, é amado por seu senso implacável de justiça. Assim como o Justiceiro, que parte para a guerra contra o crime, é idolatrado por sua ferocidade. Ambos atuam à margem da lei, desafiando as instituições e entregando a justiça com as próprias mãos. No entanto, a mesma sociedade que os exalta é aquela que frequentemente marginaliza, por exemplo, os agentes de trânsito, profissionais que não fazem mais do que garantir o cumprimento das leis viárias e, paradoxalmente, acabam tratados como vilões.

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Mas por que essa contradição? Talvez porque as leis, quando aplicadas por figuras reais, nos incomodem. Elas nos lembram de nossas próprias infrações, de nossas pequenas transgressões diárias. Já na ficção, os justiceiros são confortáveis: agem longe de nós, punindo aqueles que julgamos piores do que somos. Eles fazem o que gostaríamos de fazer, mas sem as consequências que teríamos que enfrentar.

No entanto, é no mundo real que a justiça deve ser feita de fato. E a justiça não é vingança, não é impulso, não é a fúria de uma multidão. Justiça é investigação, é direito de defesa, é punição proporcional e institucional. Antes de apontarmos culpados e agirmos por instinto, talvez devêssemos refletir se, ao admirar justiceiros fictícios, não estamos ignorando aqueles que tentam, dentro da lei, garantir uma sociedade mais segura e justa para todos.


 

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