
Imagine se a educação para o trânsito fosse viral igual a um vídeo de um influenciador fazendo manobras proibidas, o Brasil já teria o trânsito mais seguro do mundo! Mas a realidade infelizmente é outra. Enquanto campanhas de conscientização lutam para alcançar algumas centenas de visualizações, um vídeo de alguém equilibrando o carro em duas rodas ou costurando no trânsito atinge milhões de curtidas e compartilhamentos em questão de horas.
Agora, imagina um educador de trânsito tentando competir nesse cenário? Ele faz um post sério sobre a importância de respeitar a faixa de pedestres e recebe três curtidas: uma da mãe, outra de um colega de trabalho e a última do próprio perfil corporativo para não ficar tão feio. Enquanto isso, o sujeito que ignora todas as regras, dá zerinhos na avenida e grita "Segura, Brasil!" ganha patrocínio de marcas e convites para programas de TV.
Talvez seja hora de inovar na abordagem. Quem sabe criar um desafio viral chamado #SetaChallenge, onde o objetivo é filmar um motorista utilizando corretamente a seta três vezes seguidas? Ou um reality show chamado "Quem quer ser um motorista consciente?", onde o prêmio principal é um tanque cheio e um adesivo de "Motorista Nota 10"?
Enquanto isso, os profissionais da educação no trânsito seguem na luta, tentando furar essa bolha digital com campanhas que, infelizmente, não têm os algoritmos a seu favor. Até lá, seguimos torcendo para que a segurança no trânsito vire tendência (ou trending, como está na moda) – e que, um dia, o respeito às leis de trânsito tenha mais engajamento do que um drift na contramão.
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