top of page

NO TRÂNSITO BRASILEIRO, TODO O DIA É 1º DE ABRIL

NO TRÂNSITO BRASILEIRO, TODO O DIA É 1º DE ABRIL


O Dia da Mentira, celebrado em 1º de abril, tem origens incertas, mas uma das versões mais aceitas remonta ao século XVI, na França. Antes de 1582, o Ano-Novo era comemorado no dia 25 de março, com festividades que se estendiam até o 1º de abril. Quando o papa Gregório XIII instituiu o calendário gregoriano, o Ano-Novo passou a ser celebrado em 1º de janeiro. No entanto, muitas pessoas resistiram à mudança ou simplesmente não tomaram conhecimento dela, continuando a comemorar a data antiga. Como forma de zombaria, passaram a ridicularizar esses "teimosos", enviando convites para festas inexistentes e pregando outros tipos de trotes. Com o tempo, essa tradição evoluiu para o que hoje conhecemos como o Dia da Mentira.


Mas se há um lugar onde o 1º de abril parece ser celebrado diariamente, esse lugar é o trânsito brasileiro. Aqui, as mentiras estão por toda parte, criando uma cultura de falsas verdades que servem para justificar desde pequenas infrações até comportamentos de risco extremos.

Quem nunca ouviu que "dirigir um pouco acima do limite não faz diferença"? Ou que "multas são apenas uma forma de arrecadação do governo"? Essas são apenas algumas das inverdades disseminadas por motoristas que se recusam a aceitar que as leis de trânsito existem para proteger vidas. Outra mentira clássica é que "não faz mal dirigir depois de beber só uma cervejinha" – uma ilusão que custa centenas de vidas todos os anos.

Outra grande falácia muito repetida é que "motoqueiro que anda pelo corredor não causa acidente", quando, na verdade, a vulnerabilidade do motociclista é imensa, e essa prática, embora comum, é um fator significativo no número de colisões graves. Da mesma forma, muitos ainda acreditam que "cinto de segurança no banco de trás é desnecessário", um erro que transforma passageiros em projéteis em caso de acidente.

WhatsApp

Mas, entre tantas mentiras contadas no trânsito, há uma que se destaca como a maior de todas: a ideia de que, nos países desenvolvidos, o trânsito é melhor por causa da educação e do bom comportamento das pessoas. Essa crença perpetua a ilusão de que a cultura cívica dos motoristas é o único fator determinante para a organização do tráfego. No entanto, a realidade é outra.

O que realmente faz a diferença nos países onde o trânsito é mais seguro não é a boa vontade dos condutores, mas sim a fiscalização rigorosa, o cumprimento das leis e as severas punições para quem as desrespeita. Multas altas, câmeras em todos os cantos, perda da carteira de habilitação e até penas de prisão para infrações graves criam um ambiente onde simplesmente não compensa desobedecer às regras. Quando o risco de punição é alto e certo, as pessoas se adaptam e passam a respeitar as normas – não por consciência, mas porque sabem que as consequências são reais e inevitáveis.

Portanto, no Brasil, enquanto insistirmos em acreditar nessas mentiras diárias e evitarmos o verdadeiro debate sobre fiscalização e punição, continuaremos a viver em um trânsito caótico, onde o 1º de abril nunca termina.


 

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating*
CONHEÇA MEUS LIVROS
SIGA MINHA PÁGINA NO WHATSAPP E RECEBA NOVAS POSTAGENS NA PALMA DA SUA MÃO!
23435_cdc8b03375b35ae73ee24facbffe12f8-16_02_2024, 15_58_25.png

Conheça a minha loja!

dribble_cart.gif
file1.jpg.gif
bottom of page