METRONIZAÇÃO: ATÉ QUANDO VAMOS FAZER DE CONTA?
- Rodrigo Vargas
- 26 de jun.
- 2 min de leitura

Ainda que o conceito me fosse conhecido, não havia ouvido até então o termo "metronização". A metronização do transporte por ônibus é um conceito que busca aproximar o serviço de ônibus urbano da qualidade, regularidade e eficiência de um sistema de metrô, sem necessariamente construir um sistema subterrâneo. O termo foi popularizado pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner, que o aplicou em Curitiba, criando o sistema BRT (Bus Rapid Transit), que tornou-se uma referência mundial.
Isso me fez relembrar uma boa memória de infância. Liderados pelo genial comediante Renato Aragão, os Trapalhões foram um quarteto que se tornou um fenômeno de audiência e conquistou uma legião de fãs. Interpretado por Renato, o protagonista Didi Mocó vivia em disputas e pregando peças em outras pessoas. Entre outras palhaçadas, os amigos sempre uniam forças para chegar a um objetivo comum.
Dentre os diversos bordões criados pelos comediantes, há um que guardo e utilizo constantemente até os dias de hoje. Quando pretendia fingir algo, Didi costumava dizer "vamos fazer de conta que é pra ver como seria se fosse".
Voltando ao tema desse texto, a metronização é uma ótima opção para o sistema de transporte, pois busca valorizar o transporte coletivo, melhorar a experiência do usuário e atrair mais pessoas para o sistema, reduzindo o uso excessivo do transporte individual e seus impactos (engarrafamentos, poluição, acidentes, etc.).
Ainda que não pelos mesmos motivos, o atual momento do transporte público também me faz lembrar dos Trapalhões e das peças pregadas no público. No entanto, aqui o público são os usuários, obrigados a conviver diariamente com palhaçadas como atrasos, superlotação e veículos estragados. Um espetáculo tragicômico que se renova a cada quatro anos — mas que, diferentemente dos Trapalhões, não tem graça nenhuma.
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